Ansiedade Infantil
Prezados pais, responsáveis ou cuidadores.
Em tempos de isolamento social, em que estamos vivendo, é muito importante avaliar o comportamento das crianças, uma vez que a rotina delas foi completamente alterada e isso, certamente, implica no surgimento de alterações de atitudes e mudança hábitos.
Assim, propõe-se aqui um texto que aborda, de forma objetiva, o tema ansiedade infantil, com a finalidade de auxiliá-los, através de algumas estratégias, a reduzir a ansiedade nas crianças.
O QUE É?
A ansiedade é um estado emocional em que todos nós experimentamos em determinados momentos de nossas vidas. É considerada normal quando nos alerta para lidar com situações desafiantes ou mesmo desconhecidas. Ela está associada à emoção de medo. O medo é uma emoção básica em resposta para situações que percebemos ou definimos como ameaçadoras, ou seja, que oferecem um perigo real à nossa proteção e segurança.
Portanto, pode-se dizer que a ansiedade será desencadeada por um medo inicial.
Nós adultos, quando temos dificuldades em lidar com os nossos medos, poderemos vivenciar, constantemente, um estado de apreensão, preocupação e inquietação, isto é, um estado permanente de ansiedade. Por conseqüência, isso irá afetar o nosso organismo, tanto fisicamente, emocionalmente, comportamental quanto cognitivamente (conhecimento), trazendo prejuízos ao nosso bem estar.
Nas crianças, não é diferente. As manifestações ansiógenas persistentes poderão comprometer o funcionamento psíquico, no que se refere ao processamento de informações, no desenvolvimento de habilidades perceptivas e na aprendizagem. Mais ainda, poderá ter um impacto significativo na forma como elas interagem com os seus semelhantes e com o ambiente em que estão inseridas. Comumente, a ansiedade nas crianças pode se manifestar sob a forma de agitação, agressividade ou isolamento. Em casos mais severos, associados a problemas de ordem patológica, podem apresentar fobias, pânico e estresse pós–traumático.
Ressalta-se que não há um fator determinante para a origem da ansiedade em crianças. Essa origem está envolvida em uma ampla relação entre fatores biológicos, ambientais e comportamentais.
COMO LIDAR?
Na primeira infância, tem início o processo de desenvolvimento emocional. Educar as crianças emocionalmente, compreendendo as suas reações e emoções e a importância em equilibrar suas manifestações, será um diferencial, através do qual elas irão adquirir habilidades para lidar com as suas dificuldades a partir de experiências diárias.
As crianças não têm controle quanto à expressão dos seus sentimentos, sendo assim imprescindível que os pais, responsáveis ou cuidadores as auxiliem a identificar as suas próprias emoções e, principalmente a controlá-las e, também, como expressá-las.
Para isso, favorecer a comunicação é o melhor caminho. O estabelecimento do diálogo é necessário para criar uma relação positiva entre pais e filhos. E essa relação deve ser desenvolvida com tolerância, respeito, paciência, empatia, coerência e afetividade.
Ainda, é importante considerar que, para ensinar as crianças a lidar com as suas emoções, é fundamental que os pais aprendam a lidar com as suas próprias emoções, que saibam enfrentar as situações adversas diárias, os seus conflitos e as suas frustrações, pois a criança aprende com exemplos. É no ambiente familiar, na convivência e interação entre os membros, que a criança irá aprender a se relacionar com a família, com os seus pares e, principalmente, com ela mesma.
A seguir, confira algumas dicas e exercícios que podem facilitar os pais, responsáveis ou cuidadores a regular a ansiedade nas crianças:
1 – Acolher a criança.
2 – Proporcionar um espaço favorecedor de escuta e compreensão para que a criança sinta-se confiante em expressar o que está pensando e sentindo.
3 – Valorizar os seus sentimentos.
4 – Evitar criticá-la. Oferecer apoio.
5 – Procurar entender os motivos que estão desencadeando a ansiedade.
6 – Organizar uma rotina de atividades, as quais permitem a criação de vínculos positivos.
7 – Psicoeducação e regulação emocional.
Essa atividade deve ser feita face a face ou em uma mesa com crianças a partir dos 4 anos. Separe fotos da internet, de crianças com diferentes expressões (tristeza, alegria, medo, nojo e raiva) e plastifique-as. Mostre as imagens uma a uma, incentivando a criança a falar sobre a emoção que aparece. Primeiro, deve-se identificar qual emoção que a imagem demonstra. Depois, questioná-la o que a faz sentir tal emoção. Qual foi a última vez que ela se sentiu assim. É uma forma de fazê-la olhar para o outro e se reconhecer em cada uma das emoções, o que traz um sentimento de humanidade. A troca desenvolve linguagem, cognição, memória afetivo-emocional e socialização.
8 – Desenvolvendo a empatia.
Esse exercício vai incentivar a criança a reconhecer o desempenho do colega, e pode ser feita a partir dos 2 anos. Estimule-a a fazer elogios aos outros: “parabéns”, “muito bem”, “o seu desenho está bonito”, “está lindo”, “maravilhoso”, “excelente”, “você é tão criativo(a)”, você é extraordinário(a)”, “você é muito esperto(a)”, “incrível” etc. A tarefa vai desenvolver linguagem, habilidades sociais, empatia e socialização. Além disso, ser elogiado, elogiar e ver sua produção reconhecida como algo de valor, por outra pessoa, reforça a autoestima e a autoconfiança.
9 – Cantinho da paz.
Construa com a criança um lugarzinho no quarto que seja agradável, com almofadas, cobertores e os brinquedos favoritos dela. Ideal para os pequenos com 3 ou 4 anos. Nos momentos de angústia, a criança pode ser acompanhada até seu cantinho da paz, que pode também ser usado por outros membros da família. A proposta é buscar a regulação emocional e o autocontrole.
Bibliografia: Matos, Vera. Desenvolvimento Infantil – 130 Idéias para estimular brincando. Editora Wak, 2018.
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