Cinco passos para desenvolver a Autoestima Infantil
Para desenvolver a autoestima da criança, precisamos, inicialmente, compreender o seu processo de formação.
A autoestima caracteriza-se por ser o conjunto de juízos e valores que um indivíduo atribui a aspectos de sua personalidade, de suas habilidades e de sua imagem pessoal.
É importante diferenciar o conceito de autoestima e de autoconceito. O autoconceito é o conjunto de conhecimento que um sujeito possui de si próprio sem nenhum tipo de avaliação de valor, portanto, a cor de cabelos, alturas, comportamentos típicos relacionados a determinadas situações, etc. são todas informações que podem fazer parte do autoconceito. Autoestima e autoconceito são termos que não podem ser compreendidos separadamente, podendo se afirmar inclusive que uma divisão entre estes dois elementos é meramente teórica e que o conhecimento de aspectos de si (autoestima) e a avaliação deste conhecimento (autoconceito) fazem parte de um único processo.
Apesar do caráter individual do conceito de autoestima, sua formação e consolidação são processos em grande parte dependentes da interação com outros indivíduos. Por isso mesmo é de fundamental importância a socialização da criança com outras da sua idade e que se concretiza em ambiente escolar. A criança, principalmente, antes dos seis anos de idade, possui dificuldade em autoavaliar-se, ou seja, de perceber aspectos de sua própria personalidade.
Essa limitação de autoconhecimento, inerente à própria idade, é preenchida justamente por outros indivíduos que, ao evidenciar as características da criança, a conduz para uma atitude de autoavaliação, que é um movimento chave para o desenvolvimento da sua autoestima. Nesse processo, a participação constante dos pais é de grande importância, de acordo com as considerações de Oaklander (1980, p.309), a seguir:
“A forma como uma criança se sente em relação a sí mesma depois de algum tempo é certamente determinada em grande medida pelas mensagens que recebe de seus pais acerca de sí própria. Em última análise, porém, é a própria criança que traduz essas mensagens para sí. A criança escolhe do ambiente qualquer coisa que reforce as mensagens parentais”.
Ao ingressar na terceira infância, que compreende o período de 6 a 12, aproximadamente, a criança atinge um maior grau de autoavaliação, estabelecendo o desenvolvimento do autoconceito.
COMO DESENVOLVÊ-LA?
Confira cinco importantes passos que podem facilitar os pais, responsáveis ou cuidadores a desenvolver a autoestima em seus filhos, enquanto crianças.
1- Escute.
Ouça a sua criança! Proporcione um espaço favorecedor de escuta e compreensão para que a criança sinta-se confiante em expressar o que está pensando e sentindo.
2- Evite comparações.
Evite comparar a sua criança com outras crianças. Lembre-se, cada criança é ÚNICA em sua totalidade, com suas impressões e particularidades.
3 – Não rotule.
“Você é muito preguiçoso”, “Nunca vi alguém tão desastrado”, “Lá vem o manhoso”, “Você é sempre tão agressivo”, “Nunca vi tanta teimosia”. Estes são apenas alguns dos diversos rótulos que recebemos – e aplicamos – ao longo de nossa vida.
Para as crianças, estas palavras são registradas e tomadas como verdades imutáveis. Como resultado, tornam-se “prisioneiras” de uma imagem irreal e, depois de um tempo, podem não reconhecerem-se fora do rótulo que lhes foi estabelecido.
O reforço deve ser sempre positivo e respeitoso, visando o ganho e a melhoria: Em vez de destacar a teimosia, convide à escuta; em vez de reclamar da preguiça, incentive a ação; em vez de apontar a agressividade, estimule o diálogo. Crie alternativas para a resolução de problemas.
4 – Elogie-a, mas reconheça os seus esforços.
Independentemente do resultado obtido diante de uma situação ou atividade, reconheça e valorize o empenho e a dedicação da sua criança, estimulando-a a se aperfeiçoar e adquirir cada vez mais habilidades.
5 – Valide os seus sentimentos.
Demonstre que você tem empatia pela sua criança. Mostre que você se importa com ela, especialmente com os seus sentimentos. Evite dizer, “Pare de chorar” ou “Não foi nada” ou “Isso passa”. Em vez disso, acolha. Ajude-a a encontrar soluções, promovendo reflexões.
Ressalta-se que a autoestima é um importante fator a ser considerado no desenvolvimento emocional da criança, que, apesar de ter seu início antes até dos 6 anos de idade, é evidenciado com maior visibilidade na terceira infância. Todo esse processo se deve, entre outros fatores, ao aumento das capacidades cognitivas e de autoavaliação.
A autoestima promove-se com a relação estabelecida entre a criança e aqueles que ela considera como importantes em sua avaliação no seu modo de se comportar.
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Bibliografia: OAKLANDER, Violet. Descobrindo crianças. 8ª ed. São Paulo: Summus, 1980.